quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Bases e Fundamentos da Sustentabilidade Empresarial


 Desde a 1ª Revolução Industrial (século XVIII, na Inglaterra) a empresa sempre fora abordada como o local privilegiado da transformação de matérias primas e produção de produtos que visasse atender as demandas que iam surgindo entre os países, diante de uma sociedade em constante transformação e mudança.
Inicialmente a responsabilidade social da empresa estava vinculada à defesa do direito da livre iniciativa dos indivíduos de constituírem uma empresa e exercerem atividades econômicas que lhe trouxessem lucros e riqueza.
As empresas podiam contratar empregados, buscar insumos e matérias primas de fornecedores e dispor dos meios de produção que oferecessem maior eficiencia para que pudesse aumentar as vendas, ampliasse os mercados e consequentemente os lucros. Ser uma empresa responsável na época significava ser lucrativa, suprir os mercados de produtos, não importasse os impactos dos mesmos sobre o consumidor e o meio ambiente.
A escola clássica da economia (final século XVIII) conseguiu apreender bem as aspirações e pensamentos da época com Adam Smith, A riqueza das nações e David Ricardo, Doutrina Geral do Valor e da Distribuição, porém o foco estava construído na acumulação ilimitada de bens e na busca de ampliar os mercados e a produção com base nas leis que equilibram e dão sustentabilidade financeira ao mercado pelas regras do equilíbrio da oferta e da procura, da especialização da produção entre as nações e a teoria do valor de um determinado bem. Ficavam de fora os problemas sociais gerados pela implantação do modelo urbano industrial que estava ocorrendo como a intensa migração campo cidade com o aumento descontrolado de subúrbios, moradias precárias e insalubres, ou os problemas sociais derivados da transformação do modo de vida de milhares de famílias rurais para proletários urbanos.[1]/[2]
Também ficava de fora qualquer discussão sobre os intensos impactos ambientais do modelo de produção industrial, que se utilizava de fontes energéticas não renováveis como carvão mineral e petróleo, e eliminava resíduos industriais de forma indiscriminada nos recursos hídricos, nos solos e atmosfera. Um dos impactos mais famosos foi o nível de poluição do Rio Tâmisa em 1858 que acabou por suspender as seções do parlamento britânico devido ao mau cheiro do rio que tinha suas águas consideradas não potáveis desde 1610.
A responsabilidade sobre a qualidade de vida de trabalhadores e consumidores durante os séculos XVIII até a primeira metade do XX estava restrita às ações de sindicatos de trabalhadores, que se utilizavam de ferramentas de diálogo como as greves para sensibilizar as empresas a remunerar dignamente seus funcionários.
Em meados dos anos 1960 o economista Milton Friedman (EUA) expôs que a responsabilidade social das empresas deve estar focada na maximização dos lucros, remuneração dos acionistas e na obediência às leis, tornando o debate restrito e fechado a questões meramente burocráticas por parte das empresas, como remunerar seus empregados por aquilo que a lei especificava. Fazer ações filantrópicas e atuar junto à comunidade para Friedman deveria ser responsabilidade do indivíduo e não da pessoa jurídica, portanto, para Friedman, quaisquer ações filantrópicas dedicadas ao bem estar da comunidade poderia afetar o desempenho da empresa que deveria estar focado na eficiência produtiva e constante maximização dos lucros[3].


[1] ADAM SMITH. A riqueza das nações.
[2] David Ricardo doutrina geral do valor e da distribuição.
[3]DRUCKER, Peter. A administração na próxima sociedade. São Paulo: Ed. Nobel. 2001.

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