quinta-feira, 24 de março de 2011

Princípios para uma educação para a gestão responsável.

O Instituto de Sustentabilidade, Inovação e Educação acredita nos 6 princípios de para a gestão sustentável na educação que são:

Principle 1

Purpose: We will develop the capabilities of students to be future generators of sustainable value for business and society at large and to work for an inclusive and sustainable global economy.

Principle 2

Values: We will incorporate into our academic activities and curricula the values of global social responsibility as portrayed in international initiatives such as the United Nations Global Compact.

Principle 3

Method: We will create educational frameworks, materials, processes and environments that enable effective learning experiences for responsible leadership.

Principle 4

Research: We will engage in conceptual and empirical research that advances our understanding about the role, dynamics, and impact of corporations in the creation of sustainable social, environmental and economic value.

Principle 5

Partnership: We will interact with managers of business corporations to extend our knowledge of their challenges in meeting social and environmental responsibilities and to explore jointly effective approaches to meeting these challenges.

Principle 6

Dialogue: We will facilitate and support dialog and debate among educators, students, business, government, consumers, media, civil society organizations and other interested groups and stakeholders on critical issues related to global social responsibility and sustainability.
We understand that our own organizational practices should serve as example of the values and attitudes we convey to our students.
Na semana da água há um novo vídeo no You Tube da série Story of Stuff, com Annie Leonard
que contará a história de contaminação e insustentabilidade do uso de água engar-
rafada. Vale a pena conferir o vídeo (português), e tomarmos posição após ver      as
novas denúncias de Annie.
Assista a versão em português.

Reflita!!

terça-feira, 22 de março de 2011

As forças que nos movem.



Prezados amigos

Inauguramos este Blog falando sobre sustentabilidade e refletindo sobre questões essenciais a respeito da complexa interação entre a sociedade, a natureza e as complexas teias que constroem a vida no planeta.
Nos últimos séculos é notável e já muito bem discutido a evolução científico  - tecnológica vivida pela humanidade ao longo dos ciclos de evolução.
A construção de um “moderno” modelo de vida urbano industrial, gerou condições sócio históricas para um modelo urbano – hiperconsumista da atualidade, dado concreto para dar prosseguimento ao crescimento econômico – financeiro das grandes empresas.
Nosso modelo de civilização baseado na: extração intensiva de matérias primas, uso intensivo de energia (principalmente não renovável), produção intensiva de mercadorias e descarte intensivo de poluição e lixo industrial e residencial, está provocando sérios colapsos no ambiente planetário, desde extinções de milhares de espécies como o urso polar e os peixes nos oceanos, como também graves impactos na qualidade de vida de bilhões de habitantes dos grandes e doentios centros urbanos.
O modelo historicamente construido no paradigma extração – transformação – consumo, sinaliza atualmente para a sua face insustentável.
Em 1976 o economista Georgescu – Roegen, preocupado com o futuro do planeta sugeriu 8 grandes mudanças à serem feitas pela humanidade em busca da viabilidade da existência da mesma e da prórpia vida no planeta, que são:

Proibir a guerra e todos os seus instrumentos;
Auxiliar países subdesenvolvidos e ascender a padrões dignos de vida, porém não luxuosos;
Diminuir população onde um modelo de produção orgânica pudesse sustentar a todos;
Evitar todo e desperdício de energia;
Fazer com que os fabricantes parem de produzir gadgets;
Acabar com a obsessão por moda para que os produtos tenham durabilidade;
Os produtos duráveis devam possuir conserto;
Reduzir o trabalho e redescobrir a importância do lazer para uma vida digna.


É com relação ao último ítem que gostaria de lançar um desafio para pensarmos.
No passado o contato do Homem com a natureza era contínuo e comum, e ao revermos as grandes civilizações do passado o lazer, a religião, a cultura e o trabalho se mesclavam de forma mais harmoniosa. O tempo de existir se mesclava entre as tarefas fundamentais para a manutenção da vida e os momentos da busca espiritual para prosseguir como também o exercício do ócio fundamental para repensar o cotidiano, a práxis, as questões mais nobres da existência: reflexão e prática caminhavam em paralelo nas civilizações que buscavam transcender a materialidade e caminhar em busca de experiências mais sublimes na trajetória humana na Terra.
É preciso revisitarmos a história, lembrarmos das grandes civilizações que deixaram grandes legados no pensamento filosófico, religioso, artístico, ecológico, linguístico para a posteridade.
É preciso revermos que a ansiedade, o stress e a sensação de insegurança da vida moderna tem suas raizes no distanciamento entre o ser humano e o planeta, a biodiversidade e os ambientes naturais. Não somos os únicos na nossa trajetória na grande teia da vida, somos apenas um elo egoísta da mesma, que precisa resgatar sua essência bios e não economicus, sua essência natural e não artificial da vida nos grandes centros urbanos.
Encontrar o elo com o planeta Gaia (mãe) e as fontes poderosas da vida e da permanência futura da mesma é a ação chave não somente para a qualidade de vida, mas para o reencontro da humanidade com todos os significados que dão esperança e alimentam os sonhos no amanhã.

        José Gonçales Junior
          ISIE - Campinas


ISO 26.000

Que seja uma palavra inspiradora de todas as crianças do mundo para nós.

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Ver o mundo de forma sustentável.

Esse vídeo é uma forma divertida e direta de enxergar o que é um mundo sustentável.

Parte 2


Entendeu?

Porque buscamos ser criativos para sermos sustentáveis.


 Um dos artigos e reflexões do qual nos inspiramos.

Economia criativa e desenvolvimento: desafios e oportunidade
Economia criativa e desenvolvimento: desafios e oportunidade
Por Lala Deheinzelin (*)

Imagine um setor cujos recursos se renovam e multiplicam com o uso, que seja uma atividade com forte desempenho econômico mas que vai além disso atuando como fator de interação  social, ambientalmente correto e que fortalece os valores, diferenciais e credibilidade de comunidades e empresas.

Pois esta “galinha de ovos de ouro”, ainda tão pouco conhecida por nossas lideranças é, segundo tendências mundiais, o grande motor do desenvolvimento no século XXI. Segundo a ONU a Economia Criativa já é responsável por 10% do PIB mundial. A UNCTAD divulga que entre 2000 e 2005 os produtos e serviços criativos mundiais cresceram a uma taxa média anual de 8,7%, o que significa duas vezes mais do que as manufaturas e quatro vezes mais do que a indústria.

O conceito ainda em formação, foi criado para designar um setor que inclui, porém, extrapola a cultura e as indústrias criativas. De forma muito simplificada, podemos dizer que reúne as atividades que têm na cultura e na criatividade a sua matéria prima. É um conceito amplo o suficiente para incluir nossa diversidade, tanto de linguagem quanto de modelos de negócios, englobando uma vasta gama que vai do indivíduo que trabalha educação complementar por meio da música a uma grife de automóveis de luxo.

O diferencial que alguns de nós (principalmente da América Latina) damos ao tema é o foco em desenvolvimento sustentável e humano e não mero crescimento econômico. Quando trabalhamos com criatividade e cultura, atuamos simultaneamente em quatro dimensões: econômica (em geral, a única percebida), social, simbólica e ambiental. Isso leva a um inédito intercâmbio de moedas: o investimento feito em moeda-dinheiro, por exemplo, pode ter um retorno em moeda-social; o investimento realizado em moeda-ambiente pode gerar um retorno em moeda-simbólica, e assim por diante.

As características acima permitem que, ao promover a inclusão de segmentos periféricos da população mundial, ela também forme mercados. Afinal, não é mais possível só brigar por fatias de um mercado que engloba apenas 30 a 40% da população mundial. É preciso fazer com que os 60 a 70% restantes adquiram cidadania de fato, conquistando também seu papel como consumidores.
Economia da abundância

Para melhor compreender por que a economia criativa é tão estratégica para o desenvolvimento sustentável é importante situar o momento presente, uma época à qual os historiadores do futuro provavelmente vão se referir como sendo talvez ainda mais significativa que a passagem para o Renascimento.

Isso porque vivemos a época de passagem de milênios em que a vida esteve organizada em torno de recursos materiais e tangíveis, para uma era que tem sua centralidade nos recursos imateriais e intangíveis. Terra, ouro ou petróleo são finitos e inelásticos, e por isso geram disputa. Cultura, conhecimento e criatividade são infinitos e elásticos. São recursos que não apenas não se esgotam como se renovam e multiplicam com o uso. Assim, podem gerar cooperação e não disputa.

O desafio agora é fazer com que as lideranças dos setores público, privado, terceiro setor e empreendedores criativos tenham consciência desta mudança de época, dos enormes potenciais que ela oferece e da mudança de mentalidade e políticas para aproveitá-los.
A própria economia terá que ser revista, já que sua definição era “gestão dos recursos escassos”. Criatividade e cultura são recursos abundantes, especialmente nos países do hemisfério sul, e representam um enorme patrimônio, provocando uma revisão no conceito de riqueza e pobreza. Além do mais, a economia criativa tem estreita relação com as novas tecnologias – e bits também são infinitos...
Estratégias de atuação e experiências

Apresento a seguir dez fatores que considero estratégicos para atuação em Economia Criativa e desenvolvimento. Eles são simultaneamente desafio e oportunidade.  

1) Novos valores, indicadores e medidas: necessitamos perceber que recurso é muito mais que dinheiro, que riqueza vai além do econômico e deve incluir as dimensões cultural, social e ambiental. Ao lidar com o intangível é preciso passar do quantitativo ao qualitativo e avaliar mais os impactos -- o que mudou -- do que resultados numéricos. Sem isso, seria como tentar medir litros com régua... Neste sentido, a economia, acostumada a lidar com a linearidade do tangível e material, terá que se transformar para poder abarcar a multidimensionalidade do intangível.

2) Articular a macroeconomia de escala com a microeconomia de nicho : economia criativa para o desenvolvimento sustentável têm como eixos centrais a inclusão e convergência. A primeira coisa a integrar é a macroeconomia de escala (século XX) com a microeconomia de nicho (século XXI, baseada na noção de cauda longa de Chris Anderson). Exemplo: como integrar a rendeira do interior de uma pequena vila com o estilista de grife de alguma cidade global?

3) Sensibilizar lideranças:a articulação entre macro e micro e a convergência entre setores público, privado, sociedade civil e empreendedores criativos requer uma mudança de paradigma. É preciso preparar terreno para isso: sensibilizar e instrumentalizar as lideranças e criar ambientes adequados (capacitação, instrumentos jurídicos, gestão) para que a economia criativa possa florescer.

4) De produtos a processos: o tangível se concretiza em produtos e o intangível em processos, que são mais difíceis, pois exigem visão sistêmica, ação integrada e continuidade ( e além disso são menos visíveis e portanto parecem menos atraentes para financiadores...).

5) Ação integrada e transdisciplinar: para trabalhar com processos a grande dificuldade da economia criativa, também a sua maior oportunidade, é o fato de necessitar ação multissetorial e transdisciplinar. Nossas instituições - academia, empresas, governos- não estão absolutamente preparadas para ações convergentes, integradas. Portanto são necessários profissionais, ferramentas e instituições de caráter transdisciplinar que possam exercer o papel de conector e de articulador de informação.

6) Economia solidária e novas formas de gestão : a ação integrada e convergente deve estar norteada por uma mudança de mentalidade da qual depende todo o processo: re-significar a idéia de crescimento, sucesso, conforto. Para que o planeta – e tudo o que nele se insere – seja sustentável e sobreviva é preciso um novo conceito de riqueza, recursos, valores. Riqueza não apenas material, mas ambiental, social e simbólica. Riqueza definida como “abundância que não gera escassez.” Isso implica inicialmente uma mudança de foco do financismo predatório, no qual o dinheiro é investido na especulação, para o desenvolvimento em que o dinheiro é investido na produção sustentável.

7) Inovação dos produtos e processos culturais e criativos: novas aplicações e funções, novos espaços, novos públicos e novas linguagens permitem maior adequação a tudo o que vai caracterizar este século XXI.

8) Novas tecnologias e produção e distribuição alternativas: nesta perspectiva de atuação com ênfase em processos e não em produtos, torna-se ainda mais importante o foco na distribuição, pois o poder está onde está o controle da distribuição. Entretanto, nossas políticas, esforços e financiamentos ainda estão mais focadas no incentivo à produção.
9) Visibilidade e acesso: Numa economia de nichos, da diversidade e globalizada, o desafio é saber quem faz o quê, onde e como. Como ser localizado no mar de informações que o mundo se tornou? Isso implica novas mídias, redes e plataformas digitais.
Finalmente, concluo que um elemento-chave para catalisar este processo é a visão de futuros desejáveis necessária para provocar a mudança de mentalidade rumo a uma situação mais sustentável. Precisamos imaginar e criar os futuros que desejamos e, a partir daí, orientar nossas escolhas na condução de processos e políticas que permitam sua construção. A Economia Criativa nos oferece muitas oportunidades de inovação de produtos e processos para que isso seja possível.
Clique aqui para saber mais sobre futuros desejáveis.  

Lala Deheinzelin é diretora da Enthusiasmo Cultural e assessora para o Programa de Economia Criativa da Special Unit  on South South Cooperation, PNUD.