terça-feira, 22 de março de 2011

As forças que nos movem.



Prezados amigos

Inauguramos este Blog falando sobre sustentabilidade e refletindo sobre questões essenciais a respeito da complexa interação entre a sociedade, a natureza e as complexas teias que constroem a vida no planeta.
Nos últimos séculos é notável e já muito bem discutido a evolução científico  - tecnológica vivida pela humanidade ao longo dos ciclos de evolução.
A construção de um “moderno” modelo de vida urbano industrial, gerou condições sócio históricas para um modelo urbano – hiperconsumista da atualidade, dado concreto para dar prosseguimento ao crescimento econômico – financeiro das grandes empresas.
Nosso modelo de civilização baseado na: extração intensiva de matérias primas, uso intensivo de energia (principalmente não renovável), produção intensiva de mercadorias e descarte intensivo de poluição e lixo industrial e residencial, está provocando sérios colapsos no ambiente planetário, desde extinções de milhares de espécies como o urso polar e os peixes nos oceanos, como também graves impactos na qualidade de vida de bilhões de habitantes dos grandes e doentios centros urbanos.
O modelo historicamente construido no paradigma extração – transformação – consumo, sinaliza atualmente para a sua face insustentável.
Em 1976 o economista Georgescu – Roegen, preocupado com o futuro do planeta sugeriu 8 grandes mudanças à serem feitas pela humanidade em busca da viabilidade da existência da mesma e da prórpia vida no planeta, que são:

Proibir a guerra e todos os seus instrumentos;
Auxiliar países subdesenvolvidos e ascender a padrões dignos de vida, porém não luxuosos;
Diminuir população onde um modelo de produção orgânica pudesse sustentar a todos;
Evitar todo e desperdício de energia;
Fazer com que os fabricantes parem de produzir gadgets;
Acabar com a obsessão por moda para que os produtos tenham durabilidade;
Os produtos duráveis devam possuir conserto;
Reduzir o trabalho e redescobrir a importância do lazer para uma vida digna.


É com relação ao último ítem que gostaria de lançar um desafio para pensarmos.
No passado o contato do Homem com a natureza era contínuo e comum, e ao revermos as grandes civilizações do passado o lazer, a religião, a cultura e o trabalho se mesclavam de forma mais harmoniosa. O tempo de existir se mesclava entre as tarefas fundamentais para a manutenção da vida e os momentos da busca espiritual para prosseguir como também o exercício do ócio fundamental para repensar o cotidiano, a práxis, as questões mais nobres da existência: reflexão e prática caminhavam em paralelo nas civilizações que buscavam transcender a materialidade e caminhar em busca de experiências mais sublimes na trajetória humana na Terra.
É preciso revisitarmos a história, lembrarmos das grandes civilizações que deixaram grandes legados no pensamento filosófico, religioso, artístico, ecológico, linguístico para a posteridade.
É preciso revermos que a ansiedade, o stress e a sensação de insegurança da vida moderna tem suas raizes no distanciamento entre o ser humano e o planeta, a biodiversidade e os ambientes naturais. Não somos os únicos na nossa trajetória na grande teia da vida, somos apenas um elo egoísta da mesma, que precisa resgatar sua essência bios e não economicus, sua essência natural e não artificial da vida nos grandes centros urbanos.
Encontrar o elo com o planeta Gaia (mãe) e as fontes poderosas da vida e da permanência futura da mesma é a ação chave não somente para a qualidade de vida, mas para o reencontro da humanidade com todos os significados que dão esperança e alimentam os sonhos no amanhã.

        José Gonçales Junior
          ISIE - Campinas


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