quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fim da Era do Petróleo? direto da CICI Curitiba.

Polêmico, direto da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras [Curitiba/FIEP/PR]



Planeta deve decretar fim da economia baseada no petróleo

Economista americano Jeremy Rifkin defende abandono da exploração de combustíveis fósseis para salvar o planeta em até 40 anos
O economista americano Jeremy Rifkin defendeu nesta quarta-feira (18), durante a CICI2011, a necessidade de mudança no padrão de geração de energia, que vai exigir o abandono da dependência do sistema econômico dos combustíveis fósseis. Na palestra "A internet da energia", ele trouxe dados apocalípticos caso a humanidade não adote formas mais sustentáveis de geração de energia. "Para cada grau celsius de elevação na temperatura global, a atmosfera absorve 7% mais precipitação de chuva, o que significa mais enchentes, mais períodos de seca. E isso já está acontecendo. Quando houve destruição em massa no planeta, foram necessários 10 milhões de anos para a terra se recuperar", disse.
Para evitar esse fim apocalíptico do planeta, ele afirma ser necessário adotar uma nova visão econômica, baseada na obtenção de energia através do sol, vento, movimento das marés e do calor produzido pela própria terra (geotermia). "Temos que implementar esse sistema em menos de duas gerações, fazer com que seja acessível em países em desenvolvimento e temos que estar com tudo pronto em 2040", enumerou.
Em sua apresentação ao público presente na CICI2011, ele fez a interligação entre crise econômica,  energética e mudanças climáticas. Para Rifkin, a terceira revolução industrial vai necessitar a quebra de paradigmas, realidade que já está ocorrendo na Europa. "A União Europeia deve utilizar 20% de sua energia com fontes renováveis até 2020", comentou.
No futuro, um novo sistema de distribuição de energia deve surgir, coletando energia e preservando-a de forma descentralizada, em vários pontos do planeta, a exemplo da internet, por meio de microusinas nos prédios inteligentes que já são realidade em cidades como Navarra, na Espanha. Lá estão sendo erguidos edifícios com zero emissão de carbono. "Estamos no início da terceira revolução industrial. Nos próximos 30 anos tudo mudará como mudou quando o vapor foi substituído pela eletricidade. Desta vez, quem vencerá será a intergrid, a internet da energia, uma rede elétrica interativa e descentralizada, que transformará milhões de consumidores em pequenos produtores de energia, criando um sistema mais confiável, mais seguro e mais democrático", profetizou.
Nesse cenário, os edifícios serão envoltos em fotovoltaicos e, em vez de sugar, produzirão energia. Os motores dos automóveis poderão, por sua vez, transformarem-se em minicentrais, os tetos dos pavilhões beberão a energia solar com seus paineis e a restituirão. Uma parte da eletricidade será consumida diretamente no local de produção, reduzindo a dispersão. "É uma revolução radical que mudará toda a arquitetura do nosso sistema produtivo. E quem compreender isso primeiro guiará o novo salto industrial", adiantou.
Rifkin lembrou que essas mudanças já são realidade para empresas como Daimler e GM, que estão produzindo células combustíveis, possibilitando o abastecimento dos carros elétricos que vão circular pelas cidades em maior número em breve. "As mudanças são mais do que desafiadoras e impõem a todos viver a era pós-carbono no século XXI", concluiu.
[Extraido do site oficial da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras CICI 2011, em 18/05, Curitiba]
José Gonçales JUnior
Curitiba/PR

Nenhum comentário:

Postar um comentário